Se você nasceu no Brasil nos últimos 50 anos, há grandes chances de já ter lido algum livro da Série Vaga-Lume.
Publicado por BBC News Brasil em Sábado, 25 de março de 2023
No ensino médio era obcecado pelos escritos de Marcos Rey. Logo que matei tudo dele na Série Vaga-Lume, corri atrás das obras adultas. Literalmente. Pegava dois ônibus até uma biblioteca pública longe à beça para ler O Enterro da Cafetina e Memórias de um Gigolô. Que foram um divisor de águas para mim. Outros tempos. Mais desafiadores e muito mais recompensadores.
Também adorava a trilogia do Xisto (1982-1983), Spharion (1979), O Escaravelho do Diabo (1974, todos de Lúcia Machado de Almeida), A Ilha Perdida (Maria José Dupré, 1973), Os Passageiros do Futuro (Wilson Rocha, 1987), A Serra dos Dois Meninos (Aristides Fraga Lima, 1980), Perigos no Mar (Aristides Fraga Lima, 1985), as aventuras de Tonico e Carniça (José Rezende Filho, 1978-1982), Menino de Asas (Homero Homem, 1977) com um legítimo mutante brasileiro... Estes lia e relia, mas devorei todos os "Vaga-Lumes" publicados até 1992-1993.
Inclusive, dois livros me emocionaram demais e sempre lembro com muito carinho: Zezinho, o Dono da Porquinha Preta (Jair Vitória, 1981) e o imbecilmente censurado Meninos Sem Pátria (Luiz Puntel, 1988), ambos com um lirismo e uma universalidade que transcendiam o escopo infantojuvenil.
Que série.
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