domingo, outubro 18, 2020

Byrne, o Gênio Submarino



"As edições #1-3 desta série são arte-finalizadas por Bob Wiacek, outro artista da velha escola que embeleza os traços como esperávamos - um pouco de definição nos músculos, pouco sombreado suave, muito preto-e-branco. Então, na edição #4, o estilo de arte muda. Byrne começa a se arte-finalizar, mas o que torna a arte tão interessante é que ele começa a usar Duo-Shade (como Terry Kavanaugh explicou na página de cartas da edição #7, contrastando-o com Zip-A-Tone, que um leitor achou que ele estava usando). Duo-Shade, para quem não sabe, é um padrão impresso em Bristol Board. Um artista poderia desenhar e arte-finalizar e, em seguida, tratar o quadro com uma substância química que revelaria linhas sombreadas ou pontos (em oposição ao Zip-A-Tone, que é um filme plástico colocado sobre a obra de arte finalizada). O que isso faz é permitir que Byrne sombreie num tom muito mais suave, dando-lhe liberdade para adicionar sombras mais sutis aos músculos e expressões faciais, ao mesmo tempo que transforma as cenas de água nos quadrinhos (que são, afinal de contas, meio importantes) em imagens belíssimas. Ele pode transformar uma cena simples de Namor na piscina num maravilhoso contraste entre o ar e a água (edição #4, página 7).

O Duo-Shade leva algum tempo para se acostumar, pois confunde um pouco as linhas poderosas de Byrne. Mas o uso de Byrne, junto com a paleta mais discreta de Glynis Oliver (não sei se ela mudou deliberadamente seu estilo quando Byrne começou a usar o Duo-Shade ou se o próprio papel emudece as cores), transforma o Namor de um típico quadrinho bem desenhado de Byrne em uma muito mais sutil e interessante obra de arte."


Trecho em Comics You Should Own: Namor, the Sub-Mariner #1-25, por Greg Burgas.

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